Casas e Cercas

Não sou a favor dos muros inalcançáveis
que protegem coisas do coração das decepções…
De muros feitos de egoísmo, solidão e culpa,
Muros altos, tão altos para fugir da realidade do chão
Fugir da realidade imposta, proposta pelo coração.

Sou mais montar cercas baixas e brancas
Que cercam e mostram a coisa guardada
Cercas leves e acessíveis, pouco pontudas,
Baixinhas pertinho das raízes das plantas
Pertinho dos pés de quem pisa o jardim florido.

As pessoas são assim, casas de alvenaria,
Algumas pintadas por fora, com cores leves,
Outras bagunçadas por dentro
Além daquelas com goteira, infiltrações e tristezas…
Outras casas vazias, sozinhas, silenciosas…
Casas a espera de visitas, ou resistente a invasores.

Casas cercadas, protegidas, guardadas
Por cercas baixas ou muros altos…
Somos nós, casas arrumadas, bagunçadas
Casas cheias de vidas e lembranças
De fotos, presentes e alguns passados…
Bem vindo a minha casa!

Published in: on 18/01/2012 at 12:15  Deixe um comentário  

Pobre Poeta

O poeta sente a falta constante
Do carinho no coração presente
A triste ausência tão pungente
Que surge e se faz ausente

O poeta vive, respira e escreve
Do anseio do futuro incerto
Da nostalgia do passado
Que de certo não voltará.

E a poesia se completa,
Se forma e expressa
A dor e a enorme saudade
Que assola o peito desse pobre poeta.

Published in: on 02/01/2012 at 13:43  Comments (1)