Não sou a favor dos muros inalcançáveis
que protegem coisas do coração das decepções…
De muros feitos de egoísmo, solidão e culpa,
Muros altos, tão altos para fugir da realidade do chão
Fugir da realidade imposta, proposta pelo coração.
Sou mais montar cercas baixas e brancas
Que cercam e mostram a coisa guardada
Cercas leves e acessíveis, pouco pontudas,
Baixinhas pertinho das raízes das plantas
Pertinho dos pés de quem pisa o jardim florido.
As pessoas são assim, casas de alvenaria,
Algumas pintadas por fora, com cores leves,
Outras bagunçadas por dentro
Além daquelas com goteira, infiltrações e tristezas…
Outras casas vazias, sozinhas, silenciosas…
Casas a espera de visitas, ou resistente a invasores.
Casas cercadas, protegidas, guardadas
Por cercas baixas ou muros altos…
Somos nós, casas arrumadas, bagunçadas
Casas cheias de vidas e lembranças
De fotos, presentes e alguns passados…
Bem vindo a minha casa!